As doenças mentais e transtornos psiquiátricos sempre foram cercados de grande mistério e apreensão. Na Antiguidade as pessoas que apresentavam distúrbios de ordem mental eram, muitas vezes vistas como iluminadas, enviadas com algum propósito grandioso. Já na Idade Média tais pessoas eram consideradas proscritas, castigadas por Deus ou até mesmo, endemoninhadas. Após a revolução industrial o louco é visto como alienado, passando a ser recluso em manicômios, onde práticas de toda espécie passam a ser empregadas experimentalmente com finalidade terapêutica. Com a evolução das pesquisas e estudos relacionados ao sistema familiar, os cientistas descobriram que as relações entre os membros e ocorrências trans geracionais poderiam fornecer indicações consistentes de como as pessoas desenvolvem muitos distúrbios mentais e de comportamento.
Estudiosos observaram correlação entre a forma como um surto psicótico ocorre e um tema significativo para família cujo membro manifestou os sintomas. Constata-se também que a pessoa que manifesta o surto, em geral, apresenta indícios de ser o mais sensível e inteligente dentre os irmãos de uma mesma família. Além disso, na visão sistêmica, esse membro se apresenta como bode expiatório para reparar um dano físico ou emocional cometido ou sofrido por antepassados e, até mesmo, envolvendo outras pessoas fora do sistema familiar. Nesse sentido é como se o indivíduo se apresentasse em sacrifício pela família. Por isso, é necessário olhar com muita consideração e respeito para essas pessoas, que muitas vezes acabam sendo excluídas não só da própria família como também da sociedade. Durante um dos nossos workshops realizamos uma constelação de um rapaz de seus 30 anos, cujo comportamento apresentava claros indícios de esquizofrenia com características de delírio paranoico.
Ao abrirmos seu sistema familiar encontramos a ocorrência do assassinato de uma pessoa por um membro de sua família. Ficou demonstrado pelos movimentos, que o rapaz ficara aprisionado entre a identificação com a vítima e, ao mesmo tempo, com o agressor. A necessidade de inclusão daquelas pessoas reconhecendo-as como membros do sistema familiar fora captada pelo rapaz que, ao cindir sua personalidade, denunciava a existência de dois lados antagônicos e possivelmente excluídos pela família. A constelação fora conduzida de forma a restabelecer o equilíbrio no sistema, promovendo a aproximação e harmonização entre os dois lados representados por agressor e vítima. Ao final do processo as pessoas foram harmonizadas e incluídas e quase que de imediato percebeu-se uma mudança na expressão e energia do rapaz. Em muitos outros processos terapêuticos com pessoas portadores de distúrbios mentais e psiquiátricos nos quais, após a Constelação notou-se a evidência de fatos relevantes e impactantes ao sistema familiar, bem como significativa melhora nos sintomas desses pacientes. Portanto, é preciso considerar além dos tratamentos tradicionais, a possibilidade de um trabalho terapêutico através da Constelação, pois além do nível orgânico estaremos também tratando a pessoa no nível sistêmico, possibilitando assim, um somatório de recursos para melhora do quadro mental do cliente.
LILIAN TESCAROLLI e FERNANDO GONÇALVES
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