Participei como representante numa constelação onde a questão era a relação da cliente com os pais. Foram colocados representantes para a Mulher, Mãe, Pai. Colocados frente a frente, logo se revela que a Mulher olha como que envergonhada para a Mãe. Senti necessidade de entrar na constelação, e fiquei atrás da Mãe, cochichando murmúrios nos ouvidos dela, enquanto eu olhava para o Pai.
O facilitador colocou então um casal atrás de mim, e eu disse que queria o meu marido ali – portanto, eu representava a Avó da cliente. Quando o Avô entrou e ficou próximo de mim, eu comecei a falar mais alto para a Mãe frases como “os homens não prestam”, “eles só humilham a gente”, e eu olhava fixamente para o Avô, com um olhar de raiva. Aquele casal que entrou por último eram os Bisavós da cliente. A Bisavó olhava para mim com amor. Eu ouço a Mãe dizer que amava o Pai, e nesse momento eu caio de joelhos aos pés da Bisavó, chorando, envergonhada porque tinha a sensação de que “falhei” (ao não ensinar devidamente minha filha a também falar mal dos homens).
A Bisavó diz “que bom que você não conseguiu filha, porque o amor venceu”. Fico com raiva dela, afinal “eu” estraguei a minha vida sendo fiel à ela, não ficando disponível ao amor de um homem. Depois de algumas falas de reconciliação, começo a ceder ao Avô, que tenta se aproximar. Mas ainda fica a dúvida, se vou até ele ou se fico aos pés da Bisavó. Mais algumas frases e finalmente vou aos braços do marido, o Avô. Assim, a Mulher consegue se aproximar amorosamente dos pais. As mulheres falam mal dos homens porque elas sabem a força que carregam – o poder sobre a Vida – e no equilíbrio da balança (de troca), elas não reconhecem o valor dos homens, afinal elas são mães por causa deles! Uma mulher só é mulher ao lado de um homem!