Quando pessoas com anorexia melhoram frequentemente tornam-se bulimias. Isto significa que comem e posteriormente vomitam o que comeram. Aqui se revela uma luta interna entre a vontade de partir e a de ficar. Quando uma menina ou uma mulher ainda não conseguiu livrar-se totalmente da bulimia, então come. Assim diz internamente: “Eu fico.” Depois, porém, vomita a comida e diz internamente: “Eu parto”. A solução para a menina ou a mulher, que sente vontade de vomitar a comida, é dizer ao pai: “Eu fico.” No caso da bulimia existem, também, outras dinâmicas. Quando a mãe diz aos filhos: “tudo que vem do pai de vocês, não presta. Devem aprender apenas de mim”, isto, por exemplo, pode levar à bulimia. Então a criança aceita a comida da mãe, em lealdade a ela e a vomita em lealdade ao pai. Essa forma de bulimia pode ser curada quando a criança aceita a comida de ambos os pais. Principalmente do pai.
Temos, por exemplo, um caso de bulimia. Quer dizer que, se uma menina – é geralmente uma menina – comer e vomitar mais tarde. Primeiro comem e depois vomitam. Geralmente a bulimia segue a anorexia. Que quer dizer realmente bulimia neste caso? Quer dizer que, quando ela come, diz, “Eu ficarei viva.” E quando vomita, diz, “Eu morrerei.” Assim, ela não superou a dificuldade. A solução é: sempre que quiser vomitar, deverá dizer, “Eu viverei.” Então pode parar de vomitar. Também temos bulimia num contexto diferente, a bulimia mais comum, quando não há nenhuma conexão com a anorexia. Qual é a dinâmica familiar em tal caso? Se olharmos de perto para uma família como esta, podemos ver que a mãe diz – não abertamente, mas faz saber isso aos filhos – “Não aceitem nada do vosso pai, vocês só devem aceitar coisas vindas de mim.”
Direi como descobri isto. Havia uma menina bulímica que disse o que a sua mãe havia dito aos filhos, “O vosso pai não vos dá nada para comer.” Consequentemente, cozinhou secretamente para os filhos e o pai não devia saber nada sobre isso. A partir disto, encontrei a solução para este tipo de bulimia. Disse à menina bulímica, “Sempre que tiveres vontade de comer, compre todos os alimentos que quiseres comer, e os coloque na mesa, olhe para eles, e quando seguras um garfo, imagine que te sentas no colo do teu pai. Então, coma um pouco do que tens no garfo, imagina que olhas para o teu pai e dizes-lhe, “Contigo, os alimentos são realmente bons”. Só com o pensamento, já se curaram muitas meninas bulímicas. Tudo isto vem à superfície através das constelações familiares.
Bert Hellinger
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