“Querida mamãe. Você é uma mulher completamente normal. Como outras mulheres, milhões de mulheres também, e eu a amo como uma mulher totalmente comum. E porque você foi uma mulher totalmente comum, você amou o meu pai, e ele também foi muito normal, e assim vocês se uniram como homem e mulher. Se amaram como homem e mulher. Como muitos milhões de homens e mulheres.
E eu fui gerado através do amor de vocês. Como fruto do vosso amor. Um amor muito comum. Como um homem e uma mulher se amam. Então vocês esperaram por mim com esperança e também com um certo medo… se ia dar tudo certo. E aí eu nasci, através da dor. Como outras mulheres também têm os seus filhos. Como a natureza determinou. Então, eu nasci, e vocês olharam para mim e ficaram admirados. É esse o nosso filho? Então vocês se olharam nos olhos e disseram: ‘Sim, é o nosso filho, e nós somos os pais dele’. E vocês me deram o nome e o sobrenome da família, e disseram para todas as pessoas: ‘Esse é o nosso filho. Ele nos pertence’. Então vocês cuidaram de mim por muitos e muitos anos. Vocês sempre ficaram a pensar como eu estaria e também o que eu estaria a precisar e então vocês lá estavam para mim. Como muitos outros milhões de pais estão para os seus filhos.
E, depois, como vocês eram tão comuns, vocês cometeram erros e algumas coisas causaram-me dor. Mas, porque vocês cometeram erros, eu pude crescer. Pude tornar-me como vocês. Eu agradeço que vocês tenham sido tão comuns e dessa forma eu vos amo. Do jeito como vocês foram. Pois assim vocês foram os pais ideais para mim. E agora, querida mamãe, eu preciso dizer-lhe uma coisa muito importante. Eu te liberto de todas as minhas expectativas. Que vai além de tudo aquilo que possa ser esperado por mim de uma mãe. Aquilo que você me deu é muito mais importante de tudo o que eu poderia esperar como um menino comum”.