O argumento que mais tocou o meu coração desde que iniciei os estudos sobre Constelações Familiares foi sobre a dor dos excluídos. O enorme desequilíbrio que desencadeia ondas de dor chega a durar séculos num sistema familiar é justamente a exclusão de um membro. Quando nascemos, a nossa mãe nos dá a vida e com ela o nosso “campo” energético ou familiar. Por toda a nossa vida, será nessa “frequência” que viveremos, sentiremos e agiremos. Esse campo vibra em ressonância com os campos de todos os pertencentes a família de origem. Então, excluir, desprezar, desconsiderar, negar a existência de um dos seus membros da família é um ato gravíssimo que ressoa em todo os participantes daquela constelação, atingindo os campos dos envolvidos de forma inexorável e trágica. A exclusão tem um raio de ação devastador nas vidas dos membros que nem conhecem o fato. E esse é um dado importante: muitas pessoas são afetadas pela exclusão de um antepassado que nem conheceram o nome ou a existência.
Se a exclusão é de um irmão ou irmã que o pai ou a mãe tiveram fora do casamento e esconderam o fato por anos, causando dor e sofrimento na criança negada, o impacto será enorme. Nas constelações observa-se que nesses casos um irmão se afasta da família (com o seu afastamento a alma honra a irmã excluída) ou entra em conflito com o genitor que a excluiu. Em outros casos, vários membros de uma família que excluiu um parente emigram para países de outros continentes, sem ter consciência que aquele ato é uma enorme demonstração de amor para com o excluído. Essas pessoas que se sentiram impelidas a viver muito longe de sua família de origem não conseguem sentir alegria e prazer na cidade onde seus familiares também residem. Forças invisíveis os guiam para muito longe, para compensar a dor e o sofrimento daquele que um dia foi mantido longe dos corações dos demais membros da família. Sua alma é impelida a honrar a dor do excluído.
Noutros casos a lealdade entre as almas das irmãs e irmãos se estende ainda mais, fazendo com que uma irmã não gere filhos enquanto a outra excluída não encontra o seu lugar no sistema familiar. A lealdade invisível entre as almas dos irmãos é enorme e eles abrem mão da própria felicidade para que no sistema seja compensada a dor do outro irmão.