Energia sistêmica é uma forma de energia que pertence ao sistema como um todo; é vinculante e se origina na consciência coletiva do sistema. É uma energia diferente daquela energia de um indivíduo. Como todo mundo e também o cliente viveu toda sua vida no sistema de energia de sua família, é difícil para ele se tornar diretamente consciente disso. Em organizações é um pouco diferente. Das pessoas que são recém-chegadas numa organização você algumas vezes ouve afirmações que fazem você pensar sobre as experiências com a energia sistêmica da organização para a qual eles começaram a trabalhar. Foi ouvido por um consultor a seguinte frase: “É ótimo ser o administrador provisório aqui, mas eu não gostaria de estar na folha de pagamento [definitiva] nem por um dia”.
Tanto mais as pessoas trabalham em uma organização, mais difícil será frequentemente para elas estarem conscientes da energia sistêmica. Parece haver diferentes meios de entrar em contato com a energia sistêmica de outra pessoa ou sistema. Via diálogo, no qual a pessoa fala sobre seu sistema familiar ou organizacional. Visualmente, observando a imagem global (gestalt) da constelação. Sinestesicamente, por exemplo, caminhando através da constelação. Também é possível que as palavras de um cliente levem a uma reação sinestésica, através de uma imagem visual do facilitador, por exemplo, um arrepio nas costas. O corpo humano é capaz de sentir essa energia sistêmica. Como [ele faz isso], entretanto, é que varia de pessoa para pessoa. O campo da energia sistêmica parece não ter o mesmo “peso” em todos os lugares. Isso pode ser observado na constelação.
Algumas vezes você pode ver que a pressão se torna tão alta que os representantes ou a pessoas da audiência quase se sentem obrigadas a levantar para mudar de lugar. Quanto mais o facilitador e os representantes entram num estado interno chamado por Hellinger de “centro vazio”, mais é possível para eles entrar em contato com a energia sistêmica do cliente e do sistema no qual ele ou ela faz parte. E então a sua [do facilitador e dos representantes] própria energia sistêmica se recolhe a um segundo plano. Representantes deixam-se ser colocados no campo de energia do sistema do cliente.
Desse modo eles não passam de um “sensor” especial empático, sem julgamento [desse campo]. Removendo os representantes da constelação você pode sentir na disposição ou resistência de seus corpos o que muda na pressão do sistema; se ela está aumentando ou diminuindo. Quando um representante reage, estando em sua função ou papel e em contato com a energia do sistema, nós obtemos reações precisas do sistema como um todo. Isto é frequentemente acompanhado de emoções primárias. Quando um representante reage como se ele ou ela fosse a pessoa real [fora do papel] na família, a constelação obtém uma outra qualidade completamente diferente e parece mais com um psicodrama. É por isso que é importante que o facilitador conduza os representantes para seus papéis e funções [na constelação] – como “diretor”, “cliente”, etc.
Especialmente nas constelações organizacionais, participantes que são escolhidos um pouco mais tarde como representantes frequentemente tem uma ideia sobre o caso descrito pelo cliente. A atenção do facilitador é necessária para ver se o representante reage a partir de sua observação o não a partir de sua opinião.
Jan Jacob Stam