A dinâmica fundamental num sistema familiar é que todos os membros têm um direito igual de pertencer e não é tolerado ferir. Sempre que alguém num sistema familiar é excluído, gera-se uma necessidade de compensação. Esta dinâmica de compensação leva a que o membro excluído ou desdenhado seja representado por um membro mais novo da família, que está inconsciente de, e sem poder fazer nada contra essa identificação. Por exemplo, um homem casado apaixona-se por outra mulher e diz à sua esposa que não quer ter mais nada com ela. Inventa razões superficiais e caprichosas para justificar as suas ações, compondo a injustiça feita à sua esposa.
Mais tarde teve filhos com a sua nova companheira, mas a sua filha enfrenta-o por nenhuma razão aparente. Verifica-se que a filha representa inconscientemente a sua primeira esposa e sente pelo pai o mesmo ódio que a sua primeira esposa deve ter sentido, mesmo não sabendo da existência da primeira mulher. Nisto, podemos ver o trabalho de uma invisível e sistemática força compensatória, vingando a injustiça feita ao anterior membro através da utilização inconsciente de um membro mais novo. Muito sérias disfunções em distúrbios no comportamento familiar nas crianças, mas também as doenças, tendência a acidentes e comportamentos suicidas ocorrem quando as crianças representam inconscientemente uma pessoa excluída para satisfazer a necessidade de restituição dessa pessoa. Isto mostra uma segunda característica da consciência do sistema familiar. Assegura justiça para os membros mais antigos e causa injustiça para os mais novos.
Bert Hellinger