Há muito tempo atrás eu li um livro onde dizia que a primeira perda que uma criança sofre é a perda da mãe, pois a mãe tem outros afazeres, além de cuidar do bebe, tais como: arrumar a casa, ir ao supermercado, preparar a comida, cuidar dos outros filhos e do marido, fazer as unhas, voltar a trabalhar. O bebê, então, se ‘sente’ abandonado ou preterido e, algumas vezes, gera o movimento interrompido. O Movimento de amor Interrompido é o “SENTIMENTO” de vazio existente no coração do filho em relação aos pais, em especial a mãe, é quando o desejo de ter os pais se transforma em afastamento perante os pais, uma vez que o filho não teve muito acesso aos pais. O vazio, muitas das vezes, é sentido como raiva, desespero, frustração e ressentimento, o que impossibilita ao filho de receber ou de tomar a mãe (ou o pai) para si.
A Constelação Familiar entende que os pais estão disponíveis para os filhos, pois eles sempre têm algo a dar. Em alguns casos, a mãe (ou o pai, ou ambos) está indisponível para o filho, seja porque precisa viajar, seja porque precisa cuidar de alguém doente na família, seja por depressão ou problemas psiquiátricos, seja por problemas com o uso de entorpecentes ou de alcoolismo, seja por morte no parto ou por suicídio, seja pela separação dos pais. O filho “SENTE” este vazio, pois a mãe (ou o pai) deixa de ocupar um lugar (afastamento emocional) na vida do filho e, conseqüentemente, no coração. O movimento interrompido ocorre quando a mãe está disponível para o filho, mas o filho não está disponível para a mãe. Esta é a base do movimento interrompido. Se acontecer da mãe (ou o pai) não estar disponível para o filho, esse movimento não poderá ser curado, pois antes de ocorrer a cura, a mãe (ou o pai) terá que resolver os seus respectivos problemas na ancestralidade, seja por um movimento interrompido, seja por uma identificação, seja por um emaranhamento, onde devido a isto ela (ou o pai) não tem forças para se doar para este filho. O modo mais simples de restabelecer este fluxo amoroso é o facilitador usar as dinâmicas terapêuticas que comovem a alma e auxiliam a soltar a mágoa (ou vazio), desta forma restabelece o vínculo e a solução é apresentada.
Tânia Durão e Amanda Carbone