Na terapia sistêmica da família o indivíduo nunca é considerado como um único elemento, mas pelo contrário, ele faz parte de um contexto preciso de relacionamentos. Isto é o que nos permitirá renovar os fios e conexões com destinos difíceis no nosso sistema-família. O sistema da família é considerado como uma entidade e não como uma mera aglomeração de indivíduos. Isto nos permite elaborar uma nova abordagem para descrever seja os fenômenos conjuntos, como também os processos pessoais de cada elemento da nossa árvore genealógica.
O inconsciente pessoal está intimamente ligado com as nossas experiências como seres humanos nesta vida, especialmente na infância. E sabemos de fato que qualquer elemento excluído de nossa consciência (remoção) tendem a se manifestar sob a forma de sintoma. A observação fundamental de Bert Hellinger, o descobridor da constelação familiar, é que sempre que um membro da família é excluído ou esquecido, devido a um destino difícil, esta será uma questão que irá afetar com enormes consequências as gerações futuras, até que o indivíduo excluído terá restituído o ao seu lugar no núcleo de pertencimento. Num sistema, um único indivíduo não possui importância, mas a sua importância existe em função de algo maior, precisamente o sistema. Enormes forças estão envolvidas nesta dinâmica, para além de qualquer limite de entendimento da nossa parte. Além do que tradicionalmente definimos como ‘alma’, existe um campo que une os vivos e os mortos. Esse campo sistêmico conecta os membros vivos com os mortos, mantendo ativa a memória familiar.
O sistema familiar inclui:
- Crianças (incluindo abortada bebês, natimortos ou prematuramente morto)
- Pais com seus irmãos e irmãs
- Avós
- Bisavós
- Trisavós
- Ancestrais
- Todos os que ajudaram a família (parceiros dos pais ou avós, benfeitores que, na vida ou na morte, trouxeram benefícios econômicos para a família
- Vítimas de violência ou assassinatos cometidos por um membro da família
A árvore de família, vista como uma família, ou uma alma inconsciente é moldada por qualquer tipo de experiências mais ou menos dramáticos vivido pelos seus membros. Cada pessoa da árvore eventualmente excluída reaparecerá sob a forma de sofrimento, ou mais frequentemente, como sintoma físico de uma doença. Se um irmão ou irmã morreu ou desapareceu na guerra, se uma criança morre na infância ou uma mulher morre no parto, outro membro da família tenderá em gerações posteriores para substituir inconscientemente o membro removido imitando seu destino, expressando suas emoções ou sintomas, ou tentará segui-lo na morte.
Se alguém no passado não tomou para si a responsabilidade por um evento grave, uma criança então pagará o preço, com a sua saúde, sua felicidade, seu sucesso na vida. Encenando no grupo de constelações familiares, as dinâmicas ocultas da família serão trazidas à luz as tarefas ocultas que forçam o indivíduo a atuar em uma maneira precisa e que nos mantêm ligados à nossa família de origem.