Um fato é certo: tanto Bert Hellinger quanto Eric Berne, os criadores da constelação familiar sistêmica e da análise transacional, concordam:
“o ser humano segue um programa pré-estabelecido, que guia suas emoções, pensamentos e atitudes, às vezes empurrando-o para uma vida desconfortável, relacionamentos problemáticos, vícios e até a morte”.
“A anatomia de um script, que trata não de um pequeno segmento da vida, mas de toda a trajetória de uma vida humana, desde o nascimento, ou talvez antes, até a morte, ou talvez mais, é, naturalmente, mais complexo. Um script é um programa continuado, desenvolvido no início da infância sob influência Parental que dirige o comportamento do indivíduo nos aspectos mais importantes da sua vida.
Continuado – movendo-se continuamente para a frente. Isto implica em irreversibilidade, uma rua de uma só mão. Cada passo faz com que se aproxime mais do final.
Programa – um plano ou esquema a ser seguido. Significa que existe um plano, que é um esquema de ação, projeto, desenho; a maneira como se propõe a executar algum procedimento.
Influência Parental – transações reais com os pais ou seus equivalentes. Isto significa que a influência é exercida de forma específica e observável num momento específico.
Dirige – a pessoa precisa seguir diretivas, mas tem livre escolha em assuntos nos quais s diretivas não se aplicam. Em alguns casos há uma diretiva especial que diz: “Vire a carta ao contrário”, que significa “nesta área faça o contrário do que eu disser”.
Aspectos importantes – no mínimo casamento, educação de filhos, divórcio e maneira de morrer, se esta for escolhida.
A cura do script
À medida que se libera de sua programação Parental, sua Criança torna-se cada vez mais livre. Num certo momento, com o auxílio do terapeuta e do seu próprio Adulto, ele será capaz de romper com seu script inteiramente, encenando o seu próprio espetáculo, com novos personagens, novos papéis, novo enredo e novo desfecho. Tal cura do script que altera seu caráter e seu destino, é também uma cura clínica, pois a maioria dos sintomas serão aliviados por sua redecisão. Isto pode acontecer repentinamente, de modo que o paciente ‘mergulha de cabeça’ diante dos olhos do terapeuta e dos outros membros do grupo. Deixa de ser uma pessoa doente ou um paciente, mas uma pessoa que está bem e que tem algumas incapacidades e fraquezas com as quais pode agora lidar objetivamente.